Os espaços de trabalho deixam poucos vestígios sobre a atividade que desenvolvem: a não ser pelo arquivo que se avoluma e pela lista de contatos, as máquinas de escrever, as calculadoras, os relógios de ponto, os telefones e também as moedas não guardam, em si, a memória dos textos que escreveram, das contas que fizeram ou das conversas que intermediaram.

Assim também acontece com os instrumentos de trabalho no campo, que não contam as colheitas que fizeram, não mostram os calos nas mãos dos trabalhadores rurais nem nos contam quantas pessoas alimentaram ao longo do tempo.

Pensando nessa dimensão silenciosa do trabalho como atividade humana, a Sala dos Ofícios procura relembrar diferentes ambientes de trabalho do século passado: começando pelo trabalho rural e oficinas manuais, passando pelas máquinas de escrever e primeiros computadores, pelas máquinas fotográficas, muitas das quais utilizadas por fotógrafos profissionais e institutos oficiais de identificação, até chegarmos na exposição de notas e moedas, o pagamento costumeiro do nosso trabalho.